Após ler as postagens desse blog, alguém me perguntou se eu deixei de ser protestante. Quero esclarecer esse assunto e acentuar algumas razões.
Vamos relembrar um pouco da história.
Antes de Lutero fixar as 95 teses, já havia um movimento reformista que pregava uma vida cristã mais condizente com o Evangelho. Na verdade, a reforma protestante nada mais é do que o cumprimento de um clamor por mudança religiosa, ainda que de maneira esporádica através dos anos anteriores à própria origem da reforma.
No século XII os valdenses, conhecidos como "os pobres de Lyon" ou "os pobres de Cristo", questionaram a autoridade eclesiástica, o purgatório e as indulgências. No século XIV, na Inglaterra, John Wycliffe defendeu idéias que seriam reconhecidas pelo movimento protestante, como a posse do mundo por Deus. As idéias de Wycliffe exerceram influência sobre o reformador tcheco João Huss e seus seguidores no território da Boêmia. Entre essas vozes protestantes nos séculos XIV e XV estava a do monge dominicano Savanarola o qual, a mando do papa, foi preso, torturado e enforcado.
Esses são apenas alguns personagens citados para nos dar idéia do que estava acontecendo no seio da igreja católica romana. Mas a faísca veio em 1517, ocasião em que a campanha das indulgências para a basílica de São Pedro em Roma estava a todo vapor (campanhas não muito diferentes das que vemos hoje). Tetzel um padre dominicano, pregava sobre as indulgências com grande exibicionismo: dizia que cada vez que caia moeda na bolsa do frade, uma alma saia do purgatório. Diante disso, Lutero resolveu protestar fixando suas 95 teses condenando o uso das indulgências. A resposta do papa Leão X, veio na bula “Exsurge Domine” ameaçando Lutero de excomunhão. Mas já era tarde demais, pois as teses de Lutero já haviam sido distribuídas por toda a Alemanha. Lutero então foi chamado a comparecer a dieta de Worms para se retratar. Porém respondeu ele que não poderia se retratar de nada do que disse. Martinho Lutero tentara uma reforma da igreja católica apostólica romana, porém a maior parte dos cristãos europeus (especialmente na Europa meridional) não concordava com as tentativas de reforma o que produziu uma separação entre as emergentes igrejas reformadas e a igreja romana.
Nessa época, os ideais da reforma já estavam estourando em diversas partes como em Zurique sob o comando de Zuinglio, na França sob a liderança de Calvino e nos paises baixos.
As autoridades católicas romanas na Alemanha não gostaram muito da difusão do luteranismo na terra natal de Lutero e resolveram reagir. Um edito foi assinado pelo Sacro Imperador Romano, Charles V que não somente denunciava Lutero e seus seguidores, mas também autorizava que os livros luteranos fossem queimados. Os luteranos por sua vez publicaram um protesto oficial.
O termo protestante surgiu como apelido pejorativo para um grupo de cinco príncipes eleitores e catorze cidades imperiais alemãs que se atreveram a expressar seu protesto ou depoimento público de objeção à determinação de Roma (o Édito de Worms) em eliminar os fieis luteranos proibindo crer e ensinar as doutrinas bíblicas interpretadas por Lutero conforme expressa na segunda Dieta de Speyer. Eles expressaram esta firme resolução no famoso “Protesto” de 19 de abril de 1529, de onde se originou a palavra “protestante”.
Vamos relembrar um pouco da história.
Antes de Lutero fixar as 95 teses, já havia um movimento reformista que pregava uma vida cristã mais condizente com o Evangelho. Na verdade, a reforma protestante nada mais é do que o cumprimento de um clamor por mudança religiosa, ainda que de maneira esporádica através dos anos anteriores à própria origem da reforma.
No século XII os valdenses, conhecidos como "os pobres de Lyon" ou "os pobres de Cristo", questionaram a autoridade eclesiástica, o purgatório e as indulgências. No século XIV, na Inglaterra, John Wycliffe defendeu idéias que seriam reconhecidas pelo movimento protestante, como a posse do mundo por Deus. As idéias de Wycliffe exerceram influência sobre o reformador tcheco João Huss e seus seguidores no território da Boêmia. Entre essas vozes protestantes nos séculos XIV e XV estava a do monge dominicano Savanarola o qual, a mando do papa, foi preso, torturado e enforcado.
Esses são apenas alguns personagens citados para nos dar idéia do que estava acontecendo no seio da igreja católica romana. Mas a faísca veio em 1517, ocasião em que a campanha das indulgências para a basílica de São Pedro em Roma estava a todo vapor (campanhas não muito diferentes das que vemos hoje). Tetzel um padre dominicano, pregava sobre as indulgências com grande exibicionismo: dizia que cada vez que caia moeda na bolsa do frade, uma alma saia do purgatório. Diante disso, Lutero resolveu protestar fixando suas 95 teses condenando o uso das indulgências. A resposta do papa Leão X, veio na bula “Exsurge Domine” ameaçando Lutero de excomunhão. Mas já era tarde demais, pois as teses de Lutero já haviam sido distribuídas por toda a Alemanha. Lutero então foi chamado a comparecer a dieta de Worms para se retratar. Porém respondeu ele que não poderia se retratar de nada do que disse. Martinho Lutero tentara uma reforma da igreja católica apostólica romana, porém a maior parte dos cristãos europeus (especialmente na Europa meridional) não concordava com as tentativas de reforma o que produziu uma separação entre as emergentes igrejas reformadas e a igreja romana.
Nessa época, os ideais da reforma já estavam estourando em diversas partes como em Zurique sob o comando de Zuinglio, na França sob a liderança de Calvino e nos paises baixos.
As autoridades católicas romanas na Alemanha não gostaram muito da difusão do luteranismo na terra natal de Lutero e resolveram reagir. Um edito foi assinado pelo Sacro Imperador Romano, Charles V que não somente denunciava Lutero e seus seguidores, mas também autorizava que os livros luteranos fossem queimados. Os luteranos por sua vez publicaram um protesto oficial.
O termo protestante surgiu como apelido pejorativo para um grupo de cinco príncipes eleitores e catorze cidades imperiais alemãs que se atreveram a expressar seu protesto ou depoimento público de objeção à determinação de Roma (o Édito de Worms) em eliminar os fieis luteranos proibindo crer e ensinar as doutrinas bíblicas interpretadas por Lutero conforme expressa na segunda Dieta de Speyer. Eles expressaram esta firme resolução no famoso “Protesto” de 19 de abril de 1529, de onde se originou a palavra “protestante”.
Agora, depois desse resumidíssimo texto histórico... Voltemos à questão inicial: Sou ainda protestante?
Sim, sou protestante e protesto contra toda forma de indulgências modernas protagonizada pelos defensores da teologia da prosperidade sob a alegação que o fiel pode obter ganhos financeiros e materiais única e exclusivamente através de sua fé demonstrada como generosidade para contribuir financeiramente com supostas campanhas. Sim, indulgências modernas e a prática foram até "aperfeiçoada" uma vez que não só a benção da prosperidade, mas também da cura, emprego, libertação entre outras, são abertamente negociadas em troca de "ofertas" que recebem os mais diversos nomes, mas que no fim das contas tem a base ideológica das indulgências medievais. As pessoas são descaradamente extorquidas em nome de Deus para que as grandes catedrais e impérios religiosos sejam construídos.
Se sou protestante? Sim, e protesto contra todo milagreiro oportunista que prega e ensina outro reino que não é o de Jesus. Um reino que se utiliza do evangelho como produto, confinando seus “clientes” à esperança somente a esta existência. Um reino onde o céu é a prosperidade desse mundo, a paz é a realização dos desejos movidos de ganância e a graça é uma “des-graça”. Sim, sou protestante.
Sou protestante contra toda invenção humana no meio da igreja como se fosse a Palavra de Deus, contra toda hipocrisia, moralismo, controle da vida alheia, orgulho teológico, comércio, corrupção, etc. Fatores que se contradizem com os ensinos e a vida de Jesus.
Está na hora de uma revolução, de novos Luteros, de uma nova postura. Talvez seja a hora de protestar contra o protestantismo.
Sim, sou protestante.
Sim, sou protestante e protesto contra toda forma de indulgências modernas protagonizada pelos defensores da teologia da prosperidade sob a alegação que o fiel pode obter ganhos financeiros e materiais única e exclusivamente através de sua fé demonstrada como generosidade para contribuir financeiramente com supostas campanhas. Sim, indulgências modernas e a prática foram até "aperfeiçoada" uma vez que não só a benção da prosperidade, mas também da cura, emprego, libertação entre outras, são abertamente negociadas em troca de "ofertas" que recebem os mais diversos nomes, mas que no fim das contas tem a base ideológica das indulgências medievais. As pessoas são descaradamente extorquidas em nome de Deus para que as grandes catedrais e impérios religiosos sejam construídos.
Se sou protestante? Sim, e protesto contra todo milagreiro oportunista que prega e ensina outro reino que não é o de Jesus. Um reino que se utiliza do evangelho como produto, confinando seus “clientes” à esperança somente a esta existência. Um reino onde o céu é a prosperidade desse mundo, a paz é a realização dos desejos movidos de ganância e a graça é uma “des-graça”. Sim, sou protestante.
Sou protestante contra toda invenção humana no meio da igreja como se fosse a Palavra de Deus, contra toda hipocrisia, moralismo, controle da vida alheia, orgulho teológico, comércio, corrupção, etc. Fatores que se contradizem com os ensinos e a vida de Jesus.
Está na hora de uma revolução, de novos Luteros, de uma nova postura. Talvez seja a hora de protestar contra o protestantismo.
Sim, sou protestante.
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