Assim como Wycliff, João Huss, Lutero e outros que se levantaram para combater a corrupção, a venda de indulgências, a disputa pelo poder e tantas outras incoerências, acredito que a religião cristã dos nossos dias, não está em situação muito diferente dos dias desses homens. O que impera é a hipocrisia, o moralismo, o controle da vida alheia, o orgulho teológico, o comércio, a corrupção, etc. Fatores que se contradizem com os ensinos e a vida de Jesus. Nada vale mais a pena do que aprender e viver o puro e simples evangelho. Indique este blog e deixe um comentário.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Justiça e Graça

A maioria dos homens tem um falso conceito de justiça.

Justiça muitas vezes soa como um sinônimo de punição ou vingança, como um alívio da pressão gerada por momento de raiva. Na verdade, esse desvio do conceito de justiça se da pelo fato de estarmos desprovidos de integridade, caráter, imparcialidade, verdade e preciosidade. Tudo isto devido à realidade que a raça humana se encontra, ou seja, de estar contaminada por um câncer em nossas almas, uma infecção chamada pecado, a depravação da justiça que herdamos de nossos antecessores. Nossos primeiros pais. Adão e Eva.

A raça humana mergulhou num caos, homens e mulheres de todas as raças estão nas condições de pecadores, ou seja, culpados diante de Deus, o Justo Juiz e não ficarão impunes diante de sua justiça.

Imagine alguém procurado pela polícia, culpado por cometer vários delitos, acusado de possuir uma ficha criminal com centenas de crimes. Essa pessoa por mais que tenha um bom advogado dificilmente passara impune e será inocentado.

Assim procede a justiça dos homens com alguém que comete delitos. Nós aceitamos isso, nos submetemos às leis criadas pelos nossos governantes, porque não queremos ser infratores da lei. E se infligirmos à lei e formos apanhados, certamente seremos julgados por tal delito. Semelhantemente é a condição da humanidade na condição de pecadora, ou seja, será julgado pelos delitos cometidos contra a santidade de Deus.Todos os seres humanos são pecadores e carregam o peso da justiça de Deus sobre seus ombros.

Pois todos pecaram e carecem da Glória de Deus. (Rm: 3.23)

Não podemos estar na presença do Justo Deus na condição de injusto.Temos que ter por certo que todos os que se aproximam do tribunal divino deve se conscientizar plenamente que é pecador, e que se sentira aniquilado e perdido sob o senso de sua própria culpa. E assim se faz evidente que nenhum pecador pode suportar a Glória de Deus.

O padrão de justiça de Deus é a excelência. A menos que venhamos a cumprir toda a lei de Deus de forma perfeita e absoluta, não seremos tidos como justos. Assim, já que não há um sequer que possa alcançar esse grau de santificação com tanta precisão, segue-se que todos os homens encontram-se separados da justiça. (Rm: 3. 10-12)Essa condição da raça humana gerou uma conseqüência que conduz a um drástico destino sem volta. Temos ofendido o nosso Criador, cuja natureza é odiar o pecado e punir o pecador. Os que têm pecado não podem ser aceitos por Deus e não podem ter comunhão com Ele e qualquer coisa que o homem venha a fazer na esperança de ressarcir os danos só pode aumentar a culpa ou piorar a situação, a menos que seja feita expiação.
De acordo com o dicionário expiar: Remir a culpa cumprindo pena.
Já expiação: Reconciliação de partes alienadas entre si, a restauração de um relacionamento rompido, apagando-se os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas.
Não há modo de a pessoa poder estabelecer a própria justiça diante de Deus. Isso simplesmente não pode ser feito.

Porém, contra esse fundo de desesperança humana, as Escrituras revelam a maravilhosa Graça de Deus.

Quando Deus tirou a nação de Israel do Egito, Ele estabeleceu como parte do relacionamento da aliança, um sistema de sacrifícios, que tinha seu âmago no derramamento de sangue de animais para fazer expiação pela alma do pecador.Para o pecador era algo interessante, um animal pagava o preço pela minha culpa (nada mal), mas esses sacrifícios eram típicos, isto é, prenunciavam alguma coisa melhor. Pecados eram perdoados quando os sacrifícios eram fielmente oferecidos, mas não era o sangue dos animais que apagavam os pecados. (Hb: 10. 4-10)
João Batista estava batizando no Jordão quando avistou Jesus e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

A verdade é que não há justiça onde o pecado se faz presente, até que Jesus Cristo elimine a maldição. Todos os que estão debaixo do pecado estão expostos à maldição até que se achem libertos pela obra expiatória de Jesus Cristo.
Jesus Cristo vem ao socorro das misérias humanas de modo que tão somente encontremos nele todas as coisas de que carecemos.
As Escrituras falam em Rm: 5. 12-17

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a Graça de Deus e o dom pela Graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a Graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da Graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

Jesus Cristo cumpriu a Lei de Deus de forma perfeita e absoluta e mediante sua obediência satisfez o juízo do Pai. E ao tomar sobre si nossa causa, ou seja, assumir nossa culpa livrou-nos da tirania da morte, por meio da qual fomos mantidos como escravos. Nossa culpa é cancelada pelo sacrifício expiatório por Jesus oferecido.Isso se chama Graça, um favor que nos não merecíamos. Portanto todos aqueles que estão em Cristo e receberam o dom da justiça, não houve participação humana. Foi tudo gratuitamente, sem mérito para mim ou para você.

Graça... Somente a Graça. Conheça a Graça e viva na Graça!
Porque não há caminho a trilhar se não for o caminho da Graça de Deus.
Quem tem medo da verdade, jamais conhecera a verdade.

Pense nisso!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vida na Graça

Sem dúvidas, a Graça é a mais escandalosa de todas as mensagens cristãs! Apesar de estarmos libertos dos mandamentos, leis e regras, e poder viver a simplicidade da fé e entender que nada fizemos para merecer a dádiva de Deus e que, portanto, nada podemos fazer para perdê-la, ainda assim, é loucura para muitos cristãos.
Graça é a revelação maior do Deus que se encarna no Cristo que se fez carne, se esvaziou, tomou a forma de servo, e como servo-homem sofreu morte de cruz por amor, amor incondicional. Quando o Filho de Deus se fez carne e habitou entre nós, esta Graça se tornou palpável e é a expressão singular e plena do amor de Deus em todas as eras. Nós não a buscamos, ela nos foi dada por Deus
Graça é este amor inexplicável que Deus tem por nós, sendo nós, não merecedores deste amor incondicional, ou seja, sem nada exigir em troca. Graça é estar na presença do Pai, é entrar com ousadia no Santo dos Santos pelo novo e vivo caminho, não pelo sacrifício de animais, ou por sacrifício pessoal, nem por justificação própria, mas pela justiça do próprio Deus que nos amou e a si mesmo se entregou.
Graça, desconcertante Graça que nos revela através das Escrituras que um comandante do exército sírio chamado Naamã, orgulhoso e arrogante, devoto de Rimom o deus da Síria e que humilhou o povo de Deus recebe a Graça. Nada havia feito por ela, nada havia oferecido ou prometido, muito pelo contrário, havia se comprometido profundamente com um deus feito por mãos de homens, e a este deus prestava tributo e adoração. Mas inexplicavelmente Deus era com ele e derramava sua Graça sobre Naamã. Inexplicável Graça que Deus derrama sobre bons e maus, justos e injustos, assim como Jesus nos ensina em Mateus 5:43-48, comparando a Graça de Deus como a chuva que cai sobre todos. É emblemático que Cristo use este exemplo para nos dar a principal característica de quem se julga filho de Deus: amar o seu inimigo. Em outras palavras, Cristo nos convoca a sermos graciosos como o Pai para que sejamos filhos Dele. A graça de Deus, o amor que não espera nada em troca.
Graça, dádiva a quem nada fez para recebê-la, é um dos mais importantes e, sem dúvida, o menos entendido conceito bíblico. É esta inexplicável Graça de Deus que nós até hoje não entendemos quando vemos milagres acontecendo em nome de santos católicos, budistas vivendo lares harmoniosos, espíritas gozando de prosperidade. A Graça que Deus derrama sobre aqueles que, a nosso ver, deveriam ser sistematicamente menos prósperos, menos saudáveis, menos felizes e menos abençoados do que nós, nos escandaliza.
Graça não se resume a uma doutrina, não é uma teologia, não é um fundamento bíblico para ser assimilado intelectualmente, não é mera aglutinação de conhecimento teórico. Pensar a Graça com essas categorias nada traduz acerca do Evangelho.
A vida “cristã” que acontece fora do chão da Graça de Deus só gera doenças espirituais, psicológicas e existenciais. Gera religião, mas não sedimenta a paz de Deus. Gera mudanças comportamentais, mas não renova o homem interior. Pode gerar novos hábitos, mas não assegura um novo coração.
Muitos “cristãos” se convertem a Jesus num dia, e no dia seguinte bancam sozinhos as transformações que julgam serem decorrentes dessa conversão. Chamam isso de santidade pessoal. Não se tem uma vida de santidade através dessa base, pois tal esforço produz a obsessão de vencer por conta própria. O “cristão” que entra nesse ciclo infeliz, opta pela hipocrisia para aceitação no meio “santo”, opta pela performance para se destacar nesse meio e prefere obedecer uma lista de regulamentos comportamentais para que fique quite com sua consciência religiosa, que é pagã, ameninada, orgulhosa e meritória, por ser toda fundamentada em justiça própria.
Santidade é saber viver todas as coisas lícitas, tendo o discernimento de saber o que convém e o que edifica. O santo vivera pela fé, ou seja, em confiança não em si, mas na Graça. E toda conquista interior que lhe aconteça, não é mérito, mas Graça de Deus.
Muitas vezes a Graça nos parece tão escandalosamente simples, que não dá para aceitá-la simplesmente como ela é, precisamos de ordenanças humanas.
Não ha caminho a trilhar se não for no caminho da Graça de Deus. Pense nisso!